segunda-feira, 29 de abril de 2013

Poesia em Prosa ou a Crônica de um Encontro não Acontecido


             Reencontramo-nos de forma inusitada. Após tantos anos o acaso nos aproxima. Esta mais bonita, mais vivaz, mais mulher. Muito mais mulher. Um sentimento antigo de admiração por uma garotinha bem educada, simples, bonita e agradável, transformou-se em uma inusitada paixão. Arrebatadora paixão, como a tempos o coração não sentia. Infelizmente, há muito tempo.
              O que era para ser uma simples conversar de antigos conhecidos transformou-se em uma necessidade. Manhã, tarde, noite, madrugadas o tempo parece não existir. Só o desejo de estar próximo, não importando a forma dessa aproximação. Um simples, oi, tem transformado o dia em algo mais alegre.
              Mas você não é totalmente livre. Apesar desse apego repentino e mutuo mostrar que as coisas não andam bem. E bum! Seu mundo explode da forma mais terrível. Abominação, dor, arrependimento, tristeza pura e simples. Uma profusão de sentimentos confusos que vão do ódio à pura e simples manutenção do amor repudiado e maltratado.
              A minha presença transformou-se na amizade necessária, no apoio necessário para superação. Transformou-se também, em desejo, paixão, necessidade.
              Mas os sentimentos não são transformados em um piscar. Mesmo a dor e a decepção e o desrespeito podem não superar sentimentos antigos.
              Você se vê em uma encruzilhada entre um sentimento antigo que um dia lhe foi benéfico, e outro sentimento que explodiu a sua frente. Que lhe alegra, alimenta e a aquece de todas as decepções. As opções são claras, cristalinas, com cores bem definidas como a falsa impressão das cores definidas do arco-íris. Decidiu por mim e desfez a decisão. Foi isso que pensei. Decidiu por ir, mas quer continuar. Decidiu por ficar, mas quer ir.
              Alguém diria, imaturidade! Outro diria, indecisão! Outro agrediria, e diria frivolidade!
              Eu, não! Digo apenas... Bem, eu não digo nada! Não se julga quem se ama. Apenas se esta presente, perto, incrivelmente perto para que o objeto de adoração possa ouvir o bater do coração, e dizer simplesmente:
              “Estou tranqüila, por você estar aqui!”

domingo, 28 de abril de 2013

Poesia em Prosa ou Crônica do Fogo


“ O amor é o fogo que arde sem se ver”
                                                              Luís de Camões



              Falando de fogo, o que é isso? Qual o significado desse sentimento, que se apresenta tão carnal? Na verdade, qual sentimento não é carnal, qual sentimento não acelera todo o organismo, pulsação, coração, sangue, respiração?
              Claro que desejo teu corpo. Claro que desejo tocar sua pele de forma intensa e sentir o perfume que sai de você; me embriagar completamente com ele. Embaralhar teu cabelo em meu rosto. Beijar todo o corpo e transformar teu suor em alimento, em nutrição absoluta dos sentidos. Mapear cada parte de você como um viajante desenha um mapa, cuja bússola é meu sexo e o norte magnético o teu.
              Mas, o que é fogo? O que é isso?
              A inevitável conjunção carnal a que todos os amantes e animais de toda espécie são levados? Se a resposta for sim, o amor acabou.
              Mas o que é o fogo, além do atrito entre duas emoções. O choque profundo entre duas pessoas que se querem, se desejam, se amam, se respeitam. Que são cúmplices em uma vida que não pode ser vivida separada.
              Mas, sabe onde me corpo mais se estremece? Onde meus sentidos mais se excitam? Simplesmente quando olho teus olhos. Quando ouço tua voz. Tocar tua mão, andar ao teu lado, apenas escorar meu ombro no seu. Sentir com a ponta dos dedos a pele de teu rosto, deslumbrar com o vento em seu cabelo. Beber o perfume que teu corpo exala.          
              Tudo isso me incendeia. Faz-me querer dividir o mundo apenas com você. Tornar-se cúmplice de sua vida inteira. Dar-te colo e te mimar. Fogo é isso. E querer além do limite. É deslumbrar-se apenas em olhar para a amada.
              Fogo, fogo, fogo. Incendiemos o mundo, antes que ela seja dominado por sentimentos menores. E que as menores coisas, as menores atitudes, transformem-se em fogo para a pessoa amada.
             

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Poesia em Prosa ou a Crônica de um Bobo



              Sabe! Gosto muito de você! Reclamou que estava frio ontem!
              Não estou frio, nem isso nem aquilo, apenas estou avaliando meu papel na sua vida.
              Tem sido bacana estar aqui sempre, acredito que ajudo você a se alegrar e a viver. E tudo me faz bem! Bem até demais. Cada minuto, cada pequeno detalhe, cada simples conversa.
             Outros homens não suportariam uma relação que demorasse a ter um momento carnal. Ou que não fosse apenas carne. Claro! Se me perguntar se quero te beijar, abraçar, te cheirar, fazer cafuné, te mimar, te dar colo. A resposta será sempre sim, quero já.
              Sonhei com você. Há alguns dias não sonhava. Então acordo com vontade de te dar bom dia! De te desejar um dia maravilhoso, tranquilo, feliz, proveitoso. Faz parte do meu dia desejar o melhor para você. E claro, farei isso sempre. É inerente não ao gostar carnal, mas ao simples gostar, desejar o melhor para a pessoa amiga.
              Você tem sido tão afetuosa, tão presente, tão carinhosa, sempre confiando em mim. Ouvindo-me e dividindo suas coisas comigo. Sinto-me lisonjeado, importante.
              Na verdade, me senti erradamente a pessoa mais importante. Mas ignorei. Fez-me sentir mais importante do que realmente sou. Apesar de acreditar que alcancei um lugar em você que pouca gente conseguiu. E mesmo você  sendo sempre tão sincera, tão aberta, é difícil ver e saber certas coisas. Disse que ignoraria, disse que não ligaria mais. Mas não consigo. Não as declarações que vem do outro lado. Mas a forma como você responde a elas.
              Não são flechas de cúpido que me atingem, são flechas envenenadas. São enormes e pontiagudas flechas feitas do aço mais duro, que rasga meu corpo. E o pior da dor dessas flechas é que não consigo me esconder delas e nem sair de sua frente.
              Às vezes fico sem ar, às vezes com náuseas, meio tonto, e busco entender meu papel em tudo isso. Ontem peguei uma borracha enorme para apagar o que estava escrito e quanto mais apagava, mais coisas apareciam. Não suporto ler, não suporto saber, não suporto sentir, mesmo não sendo novidade para mim, mesmo não estando sendo enganado, mesmo não estando iludido.
              Já te disse outras vezes. É muito fácil gostar de você. Alegre, inteligente, bonita, charmosa, companheira, boa ouvinte, sabe a hora de falar, discreta, simpática, com um sorriso que desarma e apaixona. Esta sempre foi você, mesmo quando mais jovem, e ainda o é muito. Você cativa tem uma forma de olhar que uma besta monstruosa jogaria as armas fora para ficar te olhando. Você é como as sereias do mito grego, que encantava os marinheiros com a sua voz.
              Mas você encanta mesmo calada.
              O incrível é que sei que qualquer pessoa que for seu companheiro terá que conviver com o ciúme como parte do organismo, porque onde for chamará a atenção.
             Você é a pessoa mais simples que eu conheço. De uma simplicidade deslumbrante.
              Se você fosse no baile do príncipe e a fada madrinha aparecesse para lhe dar roupas novas, carruagens e jóias. Você poderia dizer: Não preciso, vou com essas roupas mesmo, e todos te notariam como a mais bela da festa.
              Não precisa de coroa, jóias, maquiagem, perfumes. Não precisa de nada, apenas ser você mesma. Simples, bela, agradável, mulher.
              Certa vez, em minha vida, disse para mim mesmo, melhor sentir dor que não sentir nada. Não sentir é dolorosamente vazio.
              Agora estou sem palavras, gastei todas as que sabia, por hoje.

terça-feira, 2 de abril de 2013

Crise na Coréia 3



 


Kim Il-Sung é o líder fundador da Coreia do Norte, que governou de 09/09/48 a 08/07/94. Existe um verdadeiro culto à personalidade em torno de seu nome é o Presidente Eterno da Coreia, preceito que esta, inclusive escrito na constituição do país. Esse culto foi estendido a seu filho e sucessor no poder Kim Jong-Il o Líder Supremo, Querido Líder, Comandante Supremo e Nosso Pai, bem longe, acredito da visão marxista de sociedade e bem próximo do stalinismo. Atualmente apesar das limitações impostas pelo regime a imprensa internacional a seu neto e atual presidente Kim Jong-um. A Coreia é uma república comunista mas, mesmo sem muitas informações do fechadíssimo regime, vemos que essa “dinastia comunista” foge de muito aos preceitos pregados pelo marxismo, a muito desvirtuado pelo stalinismo. A crise que se apresenta atualmente, com ameaças de uso de armas nucleares, tanto pode ser resultado de, vamos dizer, um desejo legitimo de reunificação nacional, pois a guerra fria dividiu esse povo, como simples bravata de Kim Jong-um, para firmar-se no poder diante da velha guarda do regime principalmente os militares. Bravata ou não, o mundo corre riscos pela insanidade de um lado de um líder obscurantista, de outro pelas ansiedades expansionistas, ainda, do capitalismo norte-americano.



Crise na Coréia 2



Com a aproximação do fim da Segunda Guerra as potências vencedoras tratavam de redefinir a geografia política mundial. Estados Unidos e a antiga União Soviética eram na verdade as potências nos quais os outros países gravitavam com satélites. Era a Guerra Fria em que o mundo capitalista se confrontava com a alternativa comunista exemplificada pela Rússia Comunista. Nessa disputa de poder, povos diferentes formaram países artificias que hoje vivem em constante guerra civil, e outros povos, com mesma cultura, língua e história foram divididos.
              Os casos mais emblemáticos foram na Europa a Alemanha dividida em República Federal Alemã, pró-ocidental, capitalista e a República Democrática da Alemanha, ou Alemanha Oriental, comunista, divida até 1990. Na Ásia o Vietnã, antiga colônia francesa, ocupada pelo Japão embora mantendo a máquina administrativa colonial francesa durante a ocupação. Após a guerra, a França tentou restabelecer o seu domínio colonial, mas falhou na Primeira Guerra da Indochina (1946-1954). Os Acordos de Genebra dividiram o país em dois (Vietname do Norte e Vietname do Sul), com a promessa de eleições democráticas para reunificar o país.  No entanto, ao invés da reunificação pacífica, a divisão do país levou à Guerra do Vietnã (1955-1975). Durante este período, a República Popular da China e a União Soviética apoiaram o Vietnã do Norte, enquanto que os Estados Unidos apoiaram o Vietnã do Sul. Após a morte de milhões de vietnamitas, a guerra terminou com a vitória comunista em Abril de 1975.
              O mesmo sucede a Coréia. Ocupada pelos japoneses desde 1810, forças chineses e russas, libertam o território no fim da Segunda Guerra. A pressão norte-americana tentar impor um governo aliado em claro confronto com os interesses da China e Rússia Comunista, levando a Guerra da Correia.
              As tropas russas abriram caminho para a formação de um Estado comunista e, em 1948, era criada a República Popular Democrática da Coreia. Procurando a unificação através da força, as tropas norte-coreanas invadiram a Coreia do Sul, em 1950, dando início à Guerra da Coreia. As Nações Unidas intervieram, com tropas majoritariamente norte-americanas, enquanto os soldados chineses reforçaram a Coreia do Norte. Em 1953 foi assinado um armistício. Entre 1972 e 1994, o presidente Kim Il-Sung fez pressão para a reunificação da Coreia e para a retirada das tropas dos EUA. Nessa altura, a Coreia do Norte já estava transformada num dos regimes mais repressivos do mundo. Kim Il-Sung morreu em 1994 e, até hoje, a Coreia do Norte continua a ser uma república com um partido único.

Crise na Coreia 1


                                                                 Kin Jong-un

No contexto da Guerra Fria, em que Rússia Comunista e Estados Unidos Capitalista disputavam o poder mundial, a possibilidade de uma guerra direta era afastado pelo risco destruição mútua provocado pelas armas nucleares. A Guerra Fria foi um conflito que não resultou em confronto armado, foi uma disputa ideológica entre Estados Unidos e União Soviética, que transcorreu a partir do fim da Segunda Guerra Mundial (1945) e findou em 1991, com o fim da União Soviética.
              Os riscos de uma guerra direta, levaram o conflito para ampliação de áreas de influência, colônias travestidas de países aliados. Os mais conhecidos foram a Guerra da Coreia, Guerra do Afeganistão e Guerra do Vietnã. No Brasil podemos afirmar que o Golpe Militar de 1964 foi dado nesse contexto. A Revolução Cubana em 1959, sofreu influência desse contexto, Mesmo com o fim da União Soviética o governo dos EUA, mantém base militar no país, e pressiona constantemente pela queda de seu governo. Na Coreia essa herança também persiste..